quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Atlântico tem maior número de furacões em mil anos, diz estudo

Pesquisa dos EUA compara fenômeno com atividade ocorrida durante Idade Média.

Da BBC
Uma pesquisa da Universidade Penn State, dos Estados Unidos, sugere que os furacões são mais frequentes atualmente no Oceano Atlântico do que em qualquer outra época dos últimos mil anos. No estudo, publicado na revista "Nature", os pesquisadores examinaram camadas de sedimento criadas por furacões que cruzaram a costa na América do Norte e Caribe.

O registro sugere que a atividade dos furacões atualmente é incomum, mas pode ter sido ainda mais alta mil anos atrás. A possível influência da mudança climática do planeta na ocorrência de furacões tem sido um assunto polêmico nos últimos anos.

Para o líder do estudo, Michael Mann, apesar de a pesquisa não esclarecer isso, acrescenta mais uma peça muito útil ao quebra-cabeças. "(A ocorrência de furacões) tem sido debatida acaloradamente e várias equipes já usaram modelos diferentes, criados por computador, e apresentaram respostas diferentes", disse. "Eu diria que esse estudo apresenta alguns dados paleoclimáticos úteis."

Lagoas
Furacões atingem o continente com ventos que podem chegar a 300 km/h, fortes o bastante para recolher areia e terra da costa e levar para o continente. Em locais onde há uma lagoa próxima da praia, isto faz com que o material da praia seja depositado na lagoa, onde forma uma camada no sedimento.

Os pesquisadores estudaram oito lagoas perto de praias onde os furacões do Atlântico passam, sete delas nos Estados Unidos e uma em Porto Rico. A equipe de cientistas acredita que, com o tempo, o número de furacões que passa por esses locais é semelhante ao total de furacões que se forma. Por isso, a análise dessas regiões forneceria um registro de como a frequência dos furacões mudou durante os séculos.

Os níveis atuais da frequência de furacões são iguais ou superados apenas pelos registrados durante uma anomalia ocorrida na Idade Média, também conhecida como Período Medieval Quente, há mil anos.

Água aquecida
A equipe de Michael Mann usou também um modelo por computador para análise de formação de furacões, já existente, para estimar este tipo de atividade durante 1,5 mil anos. O modelo inclui fatores que se sabe que são importantes na formação de furacões, como a temperatura da superfície da água na área tropical do Atlântico e o ciclo dos fenômenos El Niño/La Niña no leste do Oceano Pacífico.

De acordo com Mann, a análise sugere que a atividade de furacões chegou ao máximo há mil anos e os atuais níveis altos não são produzidos por circunstâncias idênticas.

Mil anos atrás, segundo o pesquisador, um período extenso do fenômeno La Niña no Pacífico, que ajuda na formação de furacões, coincidiu com um período de águas relativamente quentes no Atlântico.

Atualmente, o alto número de furacões se deve simplesmente ao aquecimento das águas no Atlântico, algo que deve aumentar nas próximas décadas. "Mesmo com os níveis de atividade parecidos (entre mil anos atrás e agora), os fatores que levaram a isso são diferentes", disse Mann.

"A implicação é que se tudo mais é equivalente, e não sabemos a respeito do El Niño, então o aquecimento na área tropical do Atlântico deve levar ao aumento dos níveis de atividade de ciclone nessa área", afirmou.

Tempo ruim em Titan

Titan é a maior lua do nosso Sistema Solar. Não tivesse o “azar” de estar ligada à Saturno, certamente seria classificada como um planeta, quase do tamanho de Mercúrio. Além do tamanho de um planeta, Titan é a única lua do Sistema Solar que possui uma atmosfera espessa e densa como a da Terra.

As semelhanças não param por aí: da mesma maneira que o tempo fecha de vez em quando e cai aquela chuva por aqui, em Titan o tempo também fecha e tempestades acontecem. Só que por lá chove metano, um hidrocarboneto que é líquido a -178 graus Celsius. Na Terra, metano é o gás natural que abastece termelétricas, aquece água em casas de várias cidades e move carros. Mas, ao que tudo indica, existe água, formando imensos blocos de gelo, numa paisagem que lembra bastante a geologia terrestre, como mostrou Rosaly Lopes, da Nasa, em uma palestra na semana passada aqui no Rio.

Mas neste caso, a disciplina é outra, meteorologia. Emily Schaller, usando o telescópio IRTF da Nasa e o Gemini Norte, ambos no Havaí, detectaram uma tempestade gigante, ou titânica se me permitem, quase do tamanho da Índia! Isso para o planeta Terra já seria assombroso, mas quando consideramos que Titan é bem menor, essa tempestade tem, literalmente, dimensões planetárias.

As nuvens em Titan são menores e se formam em uma frequência muito menor, tanto que durante 3 anos de monitoramento nada de impressionante havia sido detectado. Até que surgiu essa tempestade gigantesca, provocando chuvas torrenciais. Diferentemente dos canais e vales de Marte, que foram formados por ação da água há milhões de anos, em Titan a superfície está sendo modificada hoje, por metano líquido.




Postado por Cássio Barbosa
Observatório
Globo on line

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