sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cientistas registram raios de alta energia que desafiam teoria atual

Do G1, em São Paulo -  Uma descoberta publicada nesta semana pela revista Science desafia as atuais teorias da astrofísica. Com dados do telescópio Veritas, nos EUA, uma equipe internacional de pesquisadores detectou pulsos de raios gama com energia superior a 100 bilhões de elétrons-volt na Nebulosa do Caranguejo. Essa energia é um milhão de vezes maior do que um raio-X usado na medicina.

“É a primeira vez que raios gama de energia muito alta foram detectados num pulsar – uma estrela de nêutrons que gira rapidamente, que tem o tamanho de uma cidade e massa maior que a do Sol”, disse Frank Krennrich, da Universidade do Estado de Iowa, nos EUA, um dos autores do estudo.
Segundo ele, o conhecimento que a ciência tem hoje sobre os pulsares não explica uma emissão tão alta de energia. Nenhuma emulsão com mais de 25 bilhões de elétrons-volt tinha sido encontrada até hoje nessa nebulosa.
"Os resultados colocam novos obstáculos sobre o mecanismo de como a emulsão de raios gama é gerada", completou Nepomuk Otte, outro autor da pesquisa.

Ilustração de como seria pulsar feita sobre uma foto da Nebulosa do Caranguejo, tirada pelo telescópio Hubble (Foto: David A. Aguilar (CfA) / Nasa / ESA)

Órbitas de 3 planetas são definidas após revisão de dados do Hubble

Do G1, em São Paulo -  Uma revisão de dados colhidos pelo Telescópio Espacial Hubble em 1998 revelou as órbitas de três planetas fora do Sistema Solar. O anúncio da descoberta foi feito na quinta-feira pela agência espacial norte-americana (Nasa). Um estudo sobre o tema será divulgado na publicação "Astrophysical Journal".
São conhecidos quatro planetas ao redor da estrela HR 8799, que está a 130 anos-luz de distância do Sol (aproximadamente 1,2 quatrilhões de quilômetros).
Os corpos foram descobertos entre no final da década de 2000, após pesquisas no observatório W. M. Keck e no telescópio Gemini North, ambos localizados no Havaí. Eles não foram encontrados em 1998 pois ainda não eram conhecidas as técnicas usadas atualmente para a detecção desses astros.
Planetas fora do Sistema Solar costumam ser detectados apenas pela influência que exercem na trajetória das estrelas que orbitam e não são fotografados, já que estão muito longe da Terra.
Mas no caso do sistema planetário ao redor de HR 8799 é diferente. Onze anos após as imagens do Hubble, a equipe do astrônomo David Lafreniere, da Universidade de Montreal, no Canadá, conseguiu ver o planeta com órbita maior, após analisar as fotos do Hubble com uma tecnologia que diminui o brilho da estrela e revela dados que estavam "escondidos".

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Nova técnica de processamento de imagem permitiu 'ver' planetas.
 (Foto: R. Soummer / STScI / Nasa / ESA)

Agora, cientistas do Space Telescope Science Institute (STScI, na sigla em inglês), grupo que analisa imagens brutas obtidas por telescópios, conseguiram não só detectar o planeta mais afastado da estrela como também outros dois com órbitas menores. Eles foram coordenados pelo astrônomo Remi Soummer e melhoraram a técnica desenvolvida por Lafreniere em 2009.
Somente o quarto planeta, o mais próximo de HR 8799, permanece sem ser visualizado. Este astro foi conhecido somente em 2010 e os astrônomos conseguem dizer apenas a distância que ele mantém da estrela: 2,4 bilhões de quilômetros.
Os três planetas mais afastados têm órbitas que duram de 100 a 400 anos. Para conhecer a trajetória desses astros, os cientistas precisam esperar muito tempo. Mas o aproveitamento dos dados do Hubble permitiu conhecer quais eram as posições dos planetas há 13 anos.
Para Soummer, sem os dados do Hubble, os astrônomos teriam de esperar mais uma década para chegar às mesmas conclusões. Agora, a equipe do STScI quer estudar outras 400 estrelas também registradas nos arquivos antigos do telescópio espacial.

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