sábado, 30 de junho de 2012

Maior lua de Saturno pode conter água líquida sob crosta de gelo

Do G1, em São Paulo

Dados da sonda Cassini, da agência espacial americana (Nasa), revelam que a maior lua de Saturno, Titã, contém uma camada de água líquida sob sua crosta de gelo.

A descoberta está descrita na edição desta semana da revista “Science” e dá as melhores pistas obtidas até agora sobre a estrutura interna de Titã.

Enquanto a lua orbita o planeta, os pesquisadores visualizaram um movimento de compressão e extensão, e deduziram que, se Titã fosse formada inteiramente por rochas duras, a atração gravitacional de Saturno poderia causar “marés” de no máximo 1 metro de altura. A Cassini, porém, detectou saliências de até 10 metros de altura, o que sugere que Titã não seja feita de um material inteiramente sólido.

Sonda Cassini Nasa (Foto: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)Imagem obtida pela Cassini em 21 de maio de 2011, a uma distância de 2,3 milhões de quilômetros de Titã, mostra a principal lua de Saturno passando em frente ao planeta e a seus anéis. A sonda da Nasa flagrou movimentações em Titã ao longo de cinco anos (Foto: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)
 
Segundo o principal autor do estudo, Luciano Iess, da Universidade La Sapienza de Roma, na Itália, a detectação de grandes marés em Titã leva a uma conclusão quase inevitável de que existe um oceano escondido em suas profundezas.

O pesquisador destaca que a busca por água é uma importante meta na exploração do Sistema Solar, e agora os cientistas têm visto outro lugar onde ela pode ser abundante.

A presença de uma camada de água líquida abaixo da supercífie de Titã não é por si só um indicativo de vida. Os pesquisadores acreditam que a vida provavelmente surja quando a água líquida entra em contato com as rochas, e as atuais evidências ainda não dizem se o fundo do oceano de Titã é feito de rocha ou gelo.

Esses resultados podem ter uma grande implicação sobre a solução do mistério do armazenamento de metano no interior de Titã e de como esse gás chega até a superfície da lua. Na crosta, o metano fica instável e deve ser destruído em um espaço de tempo geológico curto.

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