terça-feira, 12 de março de 2013

Sonda capta fotos do Sol bloqueado parcialmente pela Terra e pela Lua

Equipamento espacial da Nasa estuda fenômenos solares desde 2010.
'Temporada' de eclipses ocorre duas vezes por ano; esta termina dia 26.

Do G1, em São Paulo

A sonda espacial Solar Dynamics Observatory (SDO), lançada pela Nasa em 2010 para estudar fenômenos do Sol capazes de interferir na Terra, entrou em sua primeira "temporada" de eclipses do ano.

Nesse período de três semanas, durante algum tempo por dia, a Terra bloqueia parcialmente a visão da estrela obtida pelo aparelho. Esses eventos devem durar até o dia 26 de março.

Nesta segunda-feira (11), porém, a sonda captou dois "eclipses" diferentes: um entre as 3h15 e as 4h45 (pelo horário de Brasília), em que a Terra cobre parte da esfera solar, e o outro das 8h30 às 9h45, em que a Lua passa na frente do Sol.

Visão do Sol parcialmente coberto pela Terra foi feita nesta segunda às 3h20 de Brasília (Foto: Nasa/SDO) 
Visão do Sol parcialmente coberto pela Terra foi feita nesta segunda às 3h20 de Brasília
 (Foto: Nasa/SDO)
 
Na imagem em que a Terra bloqueia parte do Sol, os limites de sombra do nosso planeta não estão bem delimitados. Isso ocorre porque o SDO capta um pouco da luz solar que entra na atmosfera terrestre. E o fato de a linha de cobertura parecer reta se deve ao fato de que, do ponto de vista da sonda, a Terra é quase tão grande quanto o Sol.

Imagem em que a Lua encobre o Sol foi feita nesta segunda às 9h de Brasília (Foto: Nasa/SDO) 
Imagem em que a Lua encobre o Sol foi feita nesta segunda-feira (11) às 9h de Brasília
 (Foto: Nasa/SDO)
 
Já no caso da Lua, como o nosso satélite natural não tem atmosfera, o eclipse aparece de forma curva e bem delimitada.

Toda sonda espacial que observa o Sol precisa lidar com esses eclipses, mas a órbita da SDO foi projetada para minimizá-los, com apenas duas temporadas desses "fenômenos" por ano. A próxima deve começar no dia 2 de setembro.

Um cometa ao cair da tarde

O céu de março está com uma atração extra: o cometa Pan-Starrs, também conhecido nos catálogos como C/2011 L4, está visível logo depois do entardecer.

No domingo (10), o Pan-Starrs marcou sua posição mais próxima do Sol, o “periélio” de sua órbita pelo Sistema Solar. Nessa posição, já “dentro” da órbita de Mercúrio, o cometa recebe dez vezes mais radiação solar do que nós recebemos aqui na Terra. Isso faz com que o núcleo dele brilhe intensamente.


Cometas são literalmente bolas de gelo sujo que esquentam ao se aproximar do Sol. O calor faz com que esse gelo – composto de água, mas principalmente de gás carbônico – evapore e forme um núcleo brilhante acompanhado de uma cauda. Às vezes, até mais de uma!

Quanto mais próximo do Sol fica um cometa, mais calor, mais vapor e mais brilho ele tem. Entretanto, quanto mais próximo do Sol, também fica mais difícil distingui-lo no céu, justamente por causa de seu brilho intenso. Por isso, um cometa é mais fácil de ser observado pouco antes do nascer do Sol ou pouco depois do entardecer.

A situação é essa para quem quer ver o Pan-Starrs. Ele está cruzando o céu em direção ao Hemisfério Norte, mas ainda pode ser visto no Sul. Segundo as últimas estimativas, esse cometa brilha com magnitude 2-3, mas não é como uma estrela. Seu brilho é difuso e pode escapar fácil à observação. Agora no periélio, ele está bem perto do Sol, muito próximo do horizonte ao entardecer.

Para tentar localizá-lo, você precisará olhar na direção oeste, do poente. Procure um local escuro, mas principalmente, com horizonte livre, sem casas, prédios ou vegetação, já que ele está muito baixo. Espere o céu escurecer um pouco e procure por uma mancha “esfumaçada”: essa é a aparência de um astro difuso como os cometas. Apesar de esse corpo celeste ser brilhante, talvez seja preciso um binóculo para identificá-lo. A foto acima foi tirada há uma semana por meu amigo Gabriel Hickel, no sul de Minas Gerais. 

Note como o céu ainda estava claro! A cauda apenas se destaca na foto – para vê-la no céu, é necessário um binóculo mesmo.

Nos dias 12 e 13, o cometa estará nas proximidades da Lua Nova. Fotógrafos de plantão devem conseguir bons registros. Você pode acompanhar imagens do cometa que são tiradas diariamente em http://spaceweather.com/gallery/index.php?title=comet

http://g1.globo.com/platb/observatoriog1/2013/03/12/um-cometa-ao-cair-da-tarde/

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