quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Hubble observa a mais tênue galáxia na infância do Universo

Cesar Baima - O Globo

RIO – Astrônomos usaram o telescópio espacial Hubble para observar a mais tênue galáxia na infância do Universo já vista até agora. O objeto, apelidado “Tayna” (“primogênita” em aimara, língua falada por nativos dos Andes e altiplanos da América do Sul) aparece nas imagens como estava apenas 400 milhões de anos após o Big Bang, a grande explosão que se acredita ter dado origem a tudo que existe há cerca de 13,8 bilhões de anos atrás.

Embora tanto o Hubble quanto o observatório espacial infravermelho Spitzer já tenham observado galáxias mais distantes, Tayna representa uma nova classe de objetos pequenos de brilho tênue que até agora não podiam ser detectados. Seu tamanho é comparável ao da Grande Nuvem de Magalhães, uma das galáxias-satélite anãs de nossa Via Láctea. Acredita-se que estes objetos eram os mais numerosos na infância do Universo, e sua observação permitirá obter mais pistas sobre como se formaram e evoluíram as grandes galáxias que vemos hoje na nossa vizinhança cósmica.

A detecção de Tayna só foi possível graças a um fenômeno conhecido como lente gravitacional, previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein, que acaba de completar cem anos. Nele, a luz de uma galáxia distante é distorcida e amplificada pela passagem pelo campo gravitacional gerado por um gigantesco aglomerado de galáxias no caminho para a Terra.

No caso, o brilho de Tayna foi ampliado em pelo menos 20 vezes ao cruzar a região do aglomerado MACS J0416.1-2403, localizado a cerca de 4 bilhões de anos-luz da Terra, com uma massa estimada em aproximadamente 1 quatrilhão de vezes a do Sol. A observação faz parte do programa Frontier Fields, projeto que une as capacidades do Hubble com o fenômeno das lentas gravitacionais para avançar ainda mais longe, na distância e, consequentemente, no passado os estudos sobre o Universo.

- Graças a esta detecção, nossa equipe conseguiu estudar pela primeira vez as propriedades de objetos extremamente tênues formados não muito tempo depois do Big Bang – destaca Leopoldo Infante, astrônomo da Pontifícia Universidade Católica do Chile, e um dos integrantes do grupo de pesquisadores responsável pelo estudo que revelou a galáxia, publicado no periódico científico “Astrophysical Journal”.



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